Sr. Editor,
Tendo em vista as informações unilaterais contidas na entrevista do prefeito
afastado de Rio Largo, sr. Toninho Lins, publicada na edição de domingo (1º de
julho), no jornal Gazeta de Alagoas;
Tendo em vista a clara tentativa da entrevista, de desqualificar este movimento
e as denuncias de corrupção e improbidade administrativa que pesam contra o
prefeito afastado e membros de sua equipe, fundamentadas em investigações do
Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério
Público Estadual (MPE);
Tendo em vista, ainda, que, assim como todo jornalista e todo veículo de
comunicação deve fazer, também nós - enquanto cidadãos - defendemos o princípio ético e democrático do bom
jornalismo, de ouvir e divulgar a versão de todas as partes citadas numa
reportagem,
o Movimento de Combate à Corrupção e à Violência em Rio Largo vem, por meio
desta, esclarecer:
1 - Na última quinta-feira, o movimento foi procurado pela repórter Carla
Serqueira, do Jornal Gazeta, para falar das questões que foram abordadas na
entrevista do sr. Toninho Lins, como a nossa participação no governo da
prefeita Fátima Correia. Porém, em detrimento da boa vontade com que atendemos
à reportagem e da transparência com respondemos a todos os questionamentos
levantados, a reportagem preferiu omitir a nossa versão,
2 - A participação de membros deste movimento na nova administração, citada na entrevista, numa clara tentativa de
desqualificar as denúncias e o próprio movimento, é legítima, pois as pessoas
nomeadas são cidadãos de pleno direito, e capacitados para tais funções. Além
de legitima, essa participação é, também, lógica e natural, já que foi esse
grupo que deu início ao processo de desmanche do esquema de corrupção que se
instalou em Rio Largo, levando ao conhecimento do Ministério Publico, que
investigou, reuniu provas e denunciou o prefeito Toninho Lins por improbidade
administrativa, formação de quadrilha e outros crimes. Portanto, como dissemos
na entrevista que não foi publicada, não
enxergamos ilicitude nem imoraliddade, nem conduta antiética na participação de
membros do Movimento na nova administração municipal. Ao contrário, quiséramos
que em todo município brasileiro tivesse grupos como o nosso, atentos aos atos
de improbidade administrativa, capazes de se indignar, de denunciar e de
estimular na sociedade um espirito fiscalizador e de repulsa a esse tipo de
gestor publico. Portanto, não temos o menor problema em compor com o atual
governo, desde, e até que , ele se paute nos princípios da moralidade e ética
que defendemos desde o inicio e que
continuaremos defendendo, seja em qual governo for.
3 - A carapuça de vítima que o prefeito afastado Toninho Lins tenta vestir em
sua entrevista, não lhe cabe, pelo menos no momento atual. Afinal, contra os
fatos não existem argumentos. E os fatos existem e foram constatados e
denunciados de forma legitima e verdadeira, pelo Ministério Público Estadual,
por meio do Gecoc, nas licitações fraudulentas, na organização criminosa para
lesar os cofres públicos, nos atos de improbidade administrativa. São fatos;
não são discursos eleitoreiros, como quer fazer crer o prefeito afastado. Ou
estaria, ele, desqualificando e tentando desacreditar o trabalho, a idoneidade,
a imparcialidade e a legitimidade do Ministério Público?
4 - Em sua reportagem, a Gazeta confiou tanto na versão do sr. Toninho Lins,
que não só desprezou a necessidade de divulgar a versão do outro lado, mas
também a necessidade de checar as informações, como requer o bom jornalismo, e
acabou cometendo até o engano de 'nomear' o sr. Luiz Carlos Alves de Oliveira
para o cargo de secretário municipal de Desportos, cargo que, na verdade, é
ocupado pela senhora Elba Vasconcelos, segundo nos foi informado pelo Gabinete
da prefeitura. Segundo consta, o sr. Luiz Carlos é presidente municipal do PSD,
partido ao qual é filiada a prefeita Fátima Correia e não ocupa nenhum cargo na
gestão municipal. Vale esclarecer, também,
que nem ele nem a prefeita Fatima
Correia são membros do Movimento de Combate à Corrupção, que continua na sua
missão firme de fiscalizar inclusive o atual governo.
5 - Esclarecemos ainda que não temos a pretensão nem o poder de pautar a TV
Pajuçara, nem qualquer outro veiculo de informação, como diz o senhor Toninho,
mais uma vez tentando desqualificar as denuncias que pesam sobre ele. A nós,
como a qualquer cidadão, cabe, no máximo o papel de fonte, e nesse papel, até
podemos, se solicitados, sugerir pessoas que possam dar informações
consistentes sobre determinado assunto. O resto é com o profissional de
imprensa, que com seu conhecimento e sua
capacidade realiza o trabalho de apurar e divulgar a informação.
6 - Por fim, os membros do Movimento de Combate à Corrupção e à Violência em
Rio Largo empenham sua irrestrita solidariedade aos membros do Gecoc, em cujo
trabalho o povo honesto desta cidade confia e apoia; e a todas as pessoas, sobretudo os
profissionais de imprensa que, com seu trabalho sério, têm fortalecido a luta
de combate à corrupção, em Rio Largo e em qualquer parte deste país.
Ademais, nos colocamos, como sempre o fizemos, à inteira disposição da imprensa
no sentido de prestar as informações e os esclarecimentos necessários ao bom
jornalismo.
Rio Largo, 02 de julho de 2012
Movimento de Combate à Corrupção e à Violência em Rio Largo
Francisco Rocha
Alex Fernandes
Marivaldo Fragoso
Dadá Santana
Kleber Malaquias
Alisson Rodrigues