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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Senadores vão acompanhar conflitos no Paraguai





Materia da Gazeta Web.
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou, nessa quinta-feira (9), a formação de uma comissão temporária externa para tratar da crise envolvendo agricultores brasileiros radicados no Paraguai, também chamados de "brasiguaios", e os sem-terra paraguaios, conhecidos como "carperos".

O grupo é formado por cinco parlamentares e vai visitar o Congresso Nacional e o Executivo do país vizinho na tentativa de encontrar solução para o conflito, que vem se intensificando nas últimas semanas. Os paraguaios acusam os brasileiros de terem adquirido terras de forma fraudulenta e reivindicam a propriedade dos terrenos. O requerimento para a formação da comissão externa partiu do senador Sergio Souza (PT-PR) e dos senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e da senadora Ana Amélia (PP-RS), que pediu urgência para a matéria.

O Presidente da CRE, senador Fernando Collor (PTB-AL), alertou que os conflitos tem se intensificado a cada dia e que, apesar da firme atuação da embaixada brasileira, o governo do Paraguai ainda não tomou providências para impedir invasões e fazer valer os mandados judiciais para retirada dos invasores. "Nos últimos seis meses, a situação alcançou níveis acerbos, por causa de uma invasão de propriedades por contingente estimado em seis mil carperos e ainda as ameaças de violência física que, infelizmente, não foram contidas pelas
autoridades policiais paraguaias", informou o senador.

Os brasiguaios são descendentes dos primeiros colonos que há 40 anos se deslocaram para o Paraguai. Atualmente, somam cerca de 300 mil pessoas, muitos delas já nascidas no Paraguai e com dupla cidadania. Segundo Collor, reunidos na Liga Nacional de "Carperos", os invasores adotam um discurso xenófago e ameaçador. "Eles afirmam que os brasiguaios são a ponta de lança de um plano brasileiro de apropriação nacional e ainda lançam uma advertência aos brasiguaios, que chamam de depredadores e usurpadores, e seus cúmplices traidores paraguaios, dizendo que qualquer ação será tomada como atentado à soberania paraguaia", enfatizou Collor.

Collor (PTB-AL) afirmou ainda que esses conflitos podem interferir nas relações econômicas já firmadas entre o Brasil e o Paraguai e informou que convidou representantes dos colonos para uma audiência pública, a ser realizada no próximo dia 27 de fevereiro, às 18 horas. A audiência será realizada no contexto do ciclo de debates sobre os rumos da política externa brasileira, que está sendo organizado pela comissão desde o ano passado

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